“Eu sabia que seria
difícil viver sem você”
Era isso que ela
escrevia na mesa antes de ele entrar bruscamente.
No momento dessa
cena acontecer para ele lá em cima tudo parou.
A sala transmitia agora um ar de curiosidade e medo. O que
fazer agora? Ele se perguntava isso ao observar.
A sala, desde o começo de tudo, nunca mais foi a mesma. Ela
foi tomando formas de jeitos diferentes. Ela era a mesma sala vibrante, escura
e tenebrosa. Com uma luz que nunca parava de piscar. Com o armário coberto e a
mesa com uma cadeira no canto. Com um quadro que tudo se podia ler e escrever.
Com uma poltrona desgastada e com um espelho sombrio. E dessa vez ela não era
mais uma sala fechada pois, apareceu uma janela, que mesmo trancada, mostrava a
luz do sol e da lua.
E de repente, pela
primeira vez, se aparece uma porta no canto perto do quadro. E dessa vez o que
se pode ocorrer? Ele pensou, mas não sorriu.
Voltando para aquele
segundo de um encontro brusco. O menino apenas entrou e fechou a porta devagar.
A menina de olhos cor de mel, que estavam vermelhos de tanto chorar, tomaram um
brilho enorme mesmo que sua expressão tenha ficado de tristeza.
Ela se levanta e
caminha até a direção daquele menino alto demais para ela. Ela olha para ela,
levanta suas mãos e segura as dele. Naquele momento tudo para e uma luz forte o
bastante para cegar alguém entra naquela sala.
Vê se dois jovens gêmeos.
Um menino e uma menina. Eles tem o mesmo cabelo enrolado e castanho. Suas peles
são morena clara e seus olhos são escuros como a noite. Vestem uma roupa branca
e em seus pescoços há cordões com letras. No menino J. J. e na menina L. M.
Eles carregam em
suas mãos dois anéis de ouro branco com escrituras que não se enxerga de tão
longe.
Eles simplesmente
parecem demais com a menina e o menino dali daquela sala. Os gêmeos sorriem ao
olhar para os jovens ali e deixam em cima da mesa os anéis.
Eles mais uma vez
olham para os jovens e voltam para a mesa e começam a escrever algo que ainda
não pode ser compreendido.
Os gêmeos se olham e
vão, na direção do armário. Puxam o pano juntos e vão-se embora armário á
dentro.
O tempo continua
parado e a luz fica acessa e sem piscar. De repente uma escuridão inunda a sala
e quando cessa a sala vibrante e sombria tem cheiro de rosas e uma música
antiga no fundo.
O armário está
descoberto e a poltrona ao seu lado não está desgastada, mas sim nova e com uma
cor marrom ofuscante. Pela janela se vê a luz da lua enquanto a porta está
trancada.
Na mesa junto da
cadeira tem um urso de pelúcia rosa e branco e o espelho reflete essa imagem.
No fundo há o mesmo quadro que nele tudo se escreve e se lê e abaixo dele há um
sofá verde bem grande e nele está deitado um casal.
É o mesmo casal do
começo de tudo.
Ela está deitada no colo do menino. Ele e sorri com um
sorriso mais que brilhante. E ela faz o mesmo olhando-o e passando para ele um
sorriso mágico que ilumina a escuridão daquela sela. Eles trocam carinhos e não
prestam atenção em nada mais em volta.
Acima deles, no
quadro, há uma frase escrita por não se sabem quem.
“Mesmo que tentem nos separar. Mesmo que o mundo esteja
contra nós. Mesmo que tenhamos ficado anos separados por uma força
desconhecida. Eu te prometi que voltaria a ser seu pro resto da nossa morte
eterna...”
Eles não sabiam que isso
estava escrito. Só alguém lá no alto dos céus ou entre abismos poderia ler tal
coisa perfeita.
E na mesa aonde
foram deixados dois anéis de ouro branco há algo escrito.
“Por mais cem anos...”
A sombra que reluz
no abismo e a vida que brilha na escuridão podem obter tal preceito. O ser que
sempre os observou disse para todos essa frase, em alto e bom som e apenas eles
não escutaram e continuaram ali apenas a sorrirem e se amarem.
A sala que não para
de mudar ficou do jeito que vos falei. Ela continua vibrante, sombria e escura,
mas só para aqueles que estão do lado de fora.
Para os de dentro
ela é bela, quente, confortável e reluz toda a luz possível. Tem cheiro de
rosas e sons por toda a parte.
E nesse começo de
fim a única coisa que se ouve perfeitamente são choros de bebês ao adentrar do
armário. E só aquele que adentra a luz e as trevas pode ouvir.
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